Clique e saiba das curiosidades e notícias da bacia do Ribeirão dos Pinheiros e região. Além de informações ambientais de todo o Estado de São Paulo
O Rio Pinheirinho, também chamado de Ribeirão dos Pinheirinhos ou ainda da Cachoeira, nasce próximo à Serra de São Pedro, dentro do município de Torrinha-SP. Corta o território desta cidade e desagua na margem esquerda do Rio Jacaré-pepira, tendo sua foz então dentro do município de Brotas-SP. Como a grande maioria dos corpos d´água do Estado de São Paulo, o Pinheirinho também sofre com a extrema degradação ambiental.
Embora este quadro tenha melhorado um pouco na última década, com o tratamento de esgoto doméstico do município de Torrinha, que antes despejava "in natura" seus dejetos no rio em questão. Mas ainda o Pinheirinho sofre com a erosão, ausência de mata ciliar em determinados pontos, pesca predatória (que gerou pobreza em sua fauna aquática) e vazão fluvial inferior à existente até meados do século XX em decorrência do desmatamento extremo que ocorreu na bacia.
O Rio Pinheirinho, também chamado de Ribeirão dos Pinheirinhos ou ainda da Cachoeira, nasce próximo à Serra de São Pedro, dentro do município de Torrinha-SP. Corta o território desta cidade e desagua na margem esquerda do Rio Jacaré-pepira, tendo sua foz então dentro do município de Brotas-SP.
Como a grande maioria dos corpos d´água do Estado de São Paulo, o Pinheirinho também sofre com a extrema degradação ambiental. Embora este quadro tenha melhorado um pouco na última década, com o tratamento de esgoto doméstico do município de Torrinha, que antes despejava "in natura" seus dejetos no rio em questão. Mas ainda o Pinheirinho sofre com a erosão, ausência de mata ciliar em determinados pontos, pesca predatória (que gerou pobreza em sua fauna aquática) e vazão fluvial inferior à existente no século XX em decorrência do desmatamento extremo que ocorreu na bacia.
Alto e médio cursos (Torrinha - SP): Existem pequenos riachos e córregos nas cabeceiras do Ribeirão Pinheirinho (Serra de São Pedro na margem esquerda, Bairro Sertãozinho na direita) que sequer possuem nomes nos mapas oficiais. Os afluentes do Pinheirinho só começam a ter nomes na altura do Bairro Bom Sucesso, onde há a transição do alto para o médio curso, rumo a zona urbana de Torrinha e posteriormente a sua foz, em Brotas (baixo curso do Pinheirinho).
O córrego Bom Sucesso (margem esquerda), Córrego Água do Cedro (margem direita) e o São Lucas (margem direita) são exemplos deste local de transição. Baixe o mapa completo da hidrografia oficial de Brotas e Torrinha aqui
• Médio curso em Torrinha - SP (margem esquerda): Córrego Santa Elisa (próximo ao perímetro urbano de Torrinha), Rio Taló (passa na zona urbana de Torrinha) e Córrego Três Barras (formador da primeira Cachoeira do Mira).
• Médio curso (margem direita): Córrego Bom Fim e Ribeirão da Pedra de Amolar e o subafluente do Pinheirinho, o Córrego Água da Pedra (local da divisão entre os municípios de Torrinha x Brotas e transição do médio para o baixo curso do Pinheirinho).
• Baixo curso em Brotas -SP (margem esquerda): Córrego do Focinho-de-porco, Córrego Santa Angélica e Córrego São João.
• Baixo curso (margem direita): Córrego do Veado, Córrego da Lagoa e Córrego do Américo.
Meu nome é Henrique e conheço pessoalmente o Ribeirão Pinheirinho. Vou compartilhar neste trabalho minha experiência pessoal com o rio. Pesquei algumas vezes neste curso d'água, quando ainda não tinha consciência do "pesque e solte", ou da pesca esportiva. Também caminhei pelas margens do rio principal e em alguns de seus afluentes.
Narrarei situações e fatos do contato que tive com a bacia, em seus aspectos ambientais e geográficos. Citarei alguns detalhes da fauna e flora que ainda subsistem na região. A área do Ribeirão Pinheirinho é de beleza única, por ter grande declividade, formando muitas quedas d'água e corredeiras. A cidade de Torrinha é cercada por serras e depressões.
A vegetação nativa da bacia hidrográfica do Ribeirão Pinheirinho foi praticamente toda suprimida. Restando apenas mata ciliar secundária em alguns pontos, floresta de encosta e manchas minúsculas de cerrado, outrora muito típico na região. Ainda encontramos árvores retorcidas e de casca grossa, na beira das estradas de Torrinha e Brotas.
São testemunhas de que um dia as savanas dominaram a região central do Estado. As plantações principalmente de cana-de-açúcar substituíram o cerrado nativo, assim como a laranja, café e eucalipto. Sobraram as florestas de encosta e galeria (mata atlântica), onde a declividade acentuada impediu que acontecesse o desmatamento para plantio de culturas agrícolas exóticas.
• Para lembrar: O Rio Pinheirinho tem a maior parte de sua bacia situada no município de Torrinha, onde nasce. Ele segue também rumo ao município de Brotas. Estes dois municípios são os únicos que formam a bacia em questão. Como já dito antes, o Pinheirinho tem como principais afluentes os Córregos Bom Sucesso, Três Barras (formador da Cachoeira do Mira), Santa Angélica, Bom Fim, São Lucas, Água da Pedra, Santa Elisa, Veado, Taló, São João, Lagoa, Américo, Focinho-de-porco, Água do Cedro e Ribeirão da Pedra de Amolar, entre outros menores, sendo que talvez alguns deles não tenham nomes.
O Pinheirinho é, sem dúvida, o maior e mais desenvolvido afluente do Jacaré-pepira. Isso se deve ao fato do Pinheirinho ter o maior volume de água, maior rede de córregos afluentes e maior extensão entre todos os tributários do Jacaré-pepira. Sua bacia está situada em terrenos arenosos devido a presença do cerrado. E faixas ou manchas de terra vermelha mais fértil, ao longo do curso. O caudal principal em vários trechos é pedregoso ou rochoso, assim como muitos de seus afluentes.
Descreverei agora, em geral, todas as espécies arbóreas que vi pessoalmente em toda a bacia hidrográfica em questão. E quando falarmos dos afluentes do Pinheirinho, vou citar cada uma delas - de forma separada - que encontrei nas microbacias e afluentes que compõem o rio principal (Vide afluentes). Cito apenas parte das plantas, as quais reconheci, pois existe grande variedade de espécies na região, apesar da mesma ser amplamente degradada pelo homem, como na esmagadora maioria dos municípios do Estado de São Paulo.
Samambaia-açú - Dicksonia sellowiana Hook.
Capim barba de bode - Gênero Aristida (Família Poaceae)
Abacaxi do mato - Gênero Ananas
Taquara - Gênero Merostachys (Família Poaceae)
Paineira - Chorisia speciosa St. Hil.
Peixes No Ribeirão Pinheirinho pelo que presenciei, alto curso, encontram-se nas suas águas Acarás (Geophagus brasiliensis), Lambari Tambiú (Astyanax bimaculatus) foto , Lambari do rabo vermelho (Astyanax fasciatus) e pequenos bagres (Rhamdia quelen). Já no médio curso, próximo à zona urbana de Torrinha, já vi pessoalmente tambiús, tendo também ouvido relatos da existência de acarás e bagrinhos. Mesmo na época em que se despejavam o esgoto do município de Torrinha no ribeirão, os peixes ainda subsistiam.
Já no baixo curso, na cidade de Brotas, próximo à sua foz, podem existir outras espécies, devido ao fato do Ribeirão Pinheirinho ser um berçário de peixes que migram do Jacaré-pepira. Em tempos passados, o ribeirão deve ter abrigado espécies mais nobres e maiores de peixes. Devido a pesca desenfreada no século XX, hoje é, infelizmente, um local muito empobrecido para esta prática. Seriam necessárias medidas de repovoamento de espécies da fauna aquática e controle rigosoroso de sua pesca. Pois a qualidade de suas águas hoje é aceitável, devendo existir programas públicos de enriquecimento com espécies nativas. Em alguns de seus afluentes podemos também encontrar traíras, cascudos, coridoras, mussuns, tuviras e as exóticas tilápias, estas últimas que devem estar também no Pinheirinho.
Mamíferos comuns até pouco tempo atrás: Gambá ou Saruê (Foto), Preá, Morcegos e Tatús (até os anos 90 eram comuns na região, hoje em dia até estes correm o risco de sumir, são raros em aparecer). Mamíferos raros: Coelho do mato. Já cheguei a ver Quati na divisa entre Torrinha e Santa Maria da Serra.
Aves comuns: Anu-branco, Anu-preto, Quero-quero, Bem-te-vi, João de barro e Tico-tico. Aves de média ocorrência: Tesourinha, Corujas, Pomba do ar (Asa branca), Maritaca, Sabiás, Urubu e Rolinha. Aves raras: Sanhaço, Beija-flor (várias espécies), Saci, Pica-paus, Canários e Seriema. Raríssimas: Tucano e Pato selvagem. Existem muitas outras aves na região, descrevi as que eu me lembro de ter visto pessoalmente
Répteis comuns: Cobras d'água. Répteis de média/rara ocorrência: Teiús, Cágado, Cobra- coral e Lagarto-verde (Ameiva). Os répteis outrora comuns na região central do Estado de São Paulo, onde está inserida a bacia do Pinheirinho, quase que desapareceram nas últimas duas ou três décadas. Sendo atualmente ocasião extremamente rara, por exemplo, encontrarmos uma Cascavel ou Jararaca no município de Torrinha ou Brotas.
Anfíbios: Rãs, pererecas, sapo-cururu e cobra-cega. Os anfíbios também sofreram muito com a degradação, existindo hoje em pouquíssima quantidade. Encontram-se em raros afluentes do Pinheirinho crustáceos como o caranguejo-de-água-doce. Relatos dos moradores de Torrinha confirmam que os córregos da região, antigamente, eram cheios de pitús (camarões de água doce).
Insetos: Os insetos infelizmente, tiveram o mesmo destino de toda a fauna do Estado de São Paulo. E também algumas espécies que antes eram abundantes, desapareceram ou estão quase extintas. Existiam na região besouros como o serrador, bege e preto. Além de muitas outras espécies deste inseto. Abelha jataí, Mamangava, Marimbondo-caboclo, Louva-a-deus, Gafanhotos pequenos, Borboletas, Libélulas, Cupins, Grilos, Mariposas, Baratas-d'água, Saúvas e muitas outras espécies perfazem o plantel de insetos. Aracnídeos: Era muito comum vermos na bacia até os anos 90 escorpiões pretos (pequenos) e várias espécies de aranhas nativas. Aranhas-do-fio-de-ouro do gênero nephila ainda são constantes nas matas ciliares que sobraram no Ribeirão Pinheirinho, em Torrinha.
O desmatamento brutal ao longo do século XX, além da caça e pesca desenfreadas, causaram a extinção de várias espécies animais e vegetais em todo o Brasil, principalmente na região sudeste. Colocando também em risco várias delas. Além do fato de que os cursos d'água estão perdendo suas vazões e as chuvas hoje acontecem em menor escala. Há alguns avanços nos últimos anos, como a despoluição do Rio Jundiaí e do próprio Pinheirinho, a volta de peixes no Rio Piracicaba e a tímida melhora das águas no alto tietê (anos 2020-2021).
Mas infelizmente as pessoas perderam o contato com os animais silvestres que desapareceram por causa da ocupação humana e desmatamento. Isso por mais que se tente e se invista, nunca poderá ser trazido de volta.
Ficam com a lembrança aqueles que viveram na carne os bons tempos de contato real com a natureza farta, aquela que não volta, mas deixa pedacinhos ainda hoje, pra sentirmos o que foi um dia. Se ela não sumisse, talvez não valorizaríamos.
Rio Taló, Cachoeira do Mira 2, Torrinha, Ribeirão da Cachoeira, Estrada da Barroca Funda, Ribeirão Água da Pedra